Missa Tridentina - parte 03 Veste litúrgica

A Missa Tridentina é a liturgia da Missa do Rito Romano contida nas edições típicas do Missal Romano, que foram publicados de 1570 até 1962. A Missa Tridentina é o ápice da beleza da Liturgia e da Teologia! 

PREPARAÇÃO 

Antes do mistério da Santa Missa, o Sacerdote se prepara com orações do Breviário, primeiro ele lava as mãos, com esse gesto ele inspira a pureza interior necessária para se aproximar da Missa. Enquanto ele lava as mãos, o Sacerdote recita a seguinte oração: 

"Da, Dómine, virtúten mánibus meus ad abstergéndam Omnem máculam; ut sine pollutióne mentis et córporis váleam tibi servire

" Senhor, dá pureza ás minhas mãos, pra que eu possa servir sem mancha alguma corporal, nem espiritual "

Vestimentas Litúrgicas

Veste litúrgica ou Paramento Litúrgico refere-se a todas as roupas prescritas, obrigatórias, para a celebração de qualquer liturgia. Trata-se portanto de uma roupagem cerimonial, de caráter sagrado.

Cada peça de roupa possui um sentido espiritual e uma oração própria, isto é feito para melhor está preparado ao Santo Sacrifício. 

AMITO - O amicto ou amito (do latim amictus, anaboladium) é uma das vestes sagradas usadas na liturgia católica. É um rectângulo de tecido branco, normalmente de linho ou algodão e com uma cruz ao meio, tendo fitas ou cordões em duas das pontas. Serve para colocar à volta do pescoço, atando-se no peito com as fitas. Todos os ministros que vestem alva, podem vestir o amicto. O seu uso é obrigatório sempre que a alva ou túnica não cubra totalmente a roupa que se usa por debaixo na zona do pescoço.

Simboliza, espiritualmente, a pureza de pensamento. Primeiramente, o sacerdote coloca sob a cabeça pedindo a Deus que o vista com o capacete da Salvação, para repelir as investidas diabólicas. O Padre beija a Cruz ao centro, enquanto a veste e recita uma pequena oração:

"Impóne, Dómine, cápti meo gáleam salútis expugnándos diabólicos incúrsus"

"Senhor, colocai sobre a minha cabeça o capacete da salvação, para que possa repelir todos os assaltos diabólicos".

ALBA - A alva (do latim alba) é uma veste litúrgica. É vestida sobre a batina ou outra roupa ordinária e sobre o amicto (se for usado), cobrindo todo o corpo até os pés. A sua confecção é feita exclusivamente em tecido branco (donde lhe vem o nome) em material nobre, ao qual se adicionam rendas. A Alva, juntamente com o Amito e o Cíngulo (ou a Túnica), é utilizada em celebrações predeterminadas, como em celebrações eucarísticas, encomendações, ofício das horas, bençãos, etc.


É importante não confundir a Alva com Túnica, já que a Túnica é uma veste aprovada, por especial indulto da Santa Sé, a algumas Conferências Episcopais, em substituição ao conjunto Alva, Amito e Cíngulo. Tampouco deve ser confundida com a Batina, veste talar própria a todos os ministros ordenados, que é confeccionada na cor preta e com os botões e debruns coloridos. 

Simboliza a Santidade e a inocência. Ao vesti-la o Sacerdote diz:

"Déalba me, Dómine, et munda cormeum; ut, in sánguine "

"Fazei-me puro, Senhor, e santificai o meu coração, para que, purificado com o sangue do Cordeiro, mereça gozar as alegrias eternas."

Neste momento, o sacerdote despoja-se daquilo que é e, não obstante as suas falhas e pecados, ele celebrará na pessoa do próprio Cristo.

CÍNGULO - é uma veste litúrgica, usada em volta, ou acima da cintura.Na Igreja Católica Romana, desde a Idade Antiga até meados da Idade Média, era uma faixa com 6 ou 7 centímetros de largura de linho. Atualmente, o cíngulo é um cordão de 4 metros com duas borlas com franjas nas pontas, e segue as cores do tempo litúrgico.

Usam o cíngulo todos os ministros que portam a alva, (acólitos, leitores e clérigos). O cíngulo é posto sempre sobre a alva, em volta da cintura. Quando se usa estola, costuma-se prende-la ao cíngulo.

Simboliza a castidade. Ao vestir o cíngulo, o sacerdote reza a seguinte oração:

" Praecinge me, Dómine, CÍNGULO puritátis, et exstingue in lumbis meis, humórem libídinis; ut máneat in me virtus continéntiae et castitátis". 

"Cingi-me, Senhor, com o cíngulo da pureza, e extingui nos meus rins o fogo da paixão, para que resida em mim a virtude da continência e da castidade." 

MANÍPULO - é um veste litúrgica usada principalmente dentro do clero da Igreja Católica. É uma faixa bordada com três cruzes, confeccionada de seda, ou de tecido semelhante, que é usada pendurada no braço esquerdo. Só é utilizado no contexto da missa, e é da mesma cor litúrgica como os outros paramentos. O manípulo é uma peça de vestuário obrigatória para o sacerdote ao celebrar a forma antiga do Rito Romano. 

Ao vestir, o sacerdote beija a Cruz no centro do Manípulo. Em sua origem, o Manípulo tinha função de limpar as mãos, no sentido espiritual ele têm a função de banir o temor ao trabalho, para assim, gerar o amor à Deus. Enquanto veste, o padre recita a seguinte oração:

"Mérear, Dómine, portáre manipulum fletus et dolóris; ut cum exsultatione recipiam mercéden labóris".

"Conceda, ó Deus, que mereço carregar o manípulo das lágrimas e da dor, com a alegria de receber a recompensa do meu trabalho".

ESTOLA - é um paramento litúrgico cristão. É constituída por uma faixa de pano, normalmente de seda, com cerca de 1.5 a 2.0 metros de comprimento e 3 a 4 cm de largura, cujas extremidades podem ser retas ou podem ampliar para fora. O centro da estola é desgastado em torno da parte de trás do pescoço e as duas extremidades pendem paralelas umas às outras na frente, quer ligados uns aos outros ou soltos.

Em sua origem no cristianismo, que data do século IV no Oriente e por volta do século VI no Ocidente, era conhecida como orarium. Mais tarde, passou a ser chamada no Ocidente de stola, (em grego, στολή stolé, "vestido"). Era originalmente um lenço ou xale estreito usado para enxugar o rosto das pessoas.

A estola é quase sempre decorada de alguma forma, geralmente com uma cruz ou desenhos/bordados referentes ao tempo litúrgico. Muitas vezes, é decorada com galões contrastantes com Bordados e franja. Um pedaço de linho branco ou rendas podem ser costuradas na parte de trás do colarinho como um guarda de suor.

Juntamente com o Cíngulo e também o Manípulo (extinto em algumas localidades), a estola simboliza os laços e algemas com as quais Jesus estava vinculado durante a sua Paixão. Também representa o poder e autoridade do sacerdote na celebração litúrgica. 


O sacerdote beija e o coloca com a seguinte oração:

"Redde mihi, Dómine, stolam immortalitátis, quam pérdidi in praevaricatione primi paréntis; et, quamvis indignus accédo ad tuum sacrum mystérium, mérear tamen, gáudium sempitérnum"

"Restaura me, ó Senhor, a estola da imortalidade, que perdi na culpa de nosso primeiro pai; e, embora eu, indigno ao me aproximar do mistério do Teu santo mistério, conceda ser encontrado, na alegria antes de sempre".

CASULA - é uma veste litúrgica que pode ser confeccionada em seda ou damasco (tradicionalmente), em paramentos do século XVII e/ou XVIII. As cores variam conforme o rito litúrgico. Utiliza-se sobre a Alva e a Estola durante a celebração da Missa. 

A Casula Romana, é uma espécie de um "colete" em visão laica ela é ornada com Bordados e Brocados dourados, seus motivos são vários e possuí uma a cada tempo litúrgico. É usada pelos padre mais tradicionalistas que defendem o Rito Tridentino de São Pio V. 

Simboliza a caridade de Cristo, do jugo de Nosso Senhor, oração:

"Dómine, qui dixísti: jugum meum suáve est, et onus meum leve; fac, ut istud portáre sic váleam, quad cónsequar Tuamotu grátiam. Amen!"

"Senhor, que disse: doce é meu jugo e meu fardo, faze com que os tão capazes de suportar obtenham a graça. Amém!"



Outros trajes 
UMERALVéu de ombrosVéu Umeral ou simplesmente Umeral é uma veste litúrgica utilizada no Rito romano. Trata-se de um manto retangular com cerca de 2,75 m de comprimento e 90 cm de largura, colocado sobre os ombros e na frente do usuário, normalmente sendo confeccionado de seda. Nas extremidades existem, por vezes, bolsos na parte de trás, para as mãos serem inseridas de forma que o usuário possa pegar itens sem tocá-los com as mãos. 

No catolicismo romano, o umeral reflete uma separação ritual. Um objeto é tido como tão sagrado que o oficiante somente pode tocá-lo com o intermédio de um tecido, no caso, o umeral.


O véu umeral é da cor litúrgica da festa do dia em que ele é usado, sendo branco ou dourado. É mais frequentemente visto no rito romano, durante a liturgia da Exposição e Bênção do Santíssimo Sacramento. Quando o bispo, sacerdote ou diácono, em cima da pluvial, coloca sobre os ombros e cobre as mãos com as pontas do véu umeral, para que suas mãos não toquem no ostensório, como um sinal de respeito para o vaso sagrado, e como uma indicação de que é Jesus presente na espécies eucarísticas, que abençoa o povo, e não o ministro.

O véu umeral também é visto na Missa da Ceia do Senhor, quando o cibório contendo o Santíssimo Sacramento é levado em procissão para o lugar de reposição, e novamente quando é trazido de volta para o altar, solenemente durante a Sexta-Feira Santa.

A Missa Solene, em forma Tridentina, o subdiácono usa um véu umeral carregando o cálice, pátena, ou outros vasos sagrados, que devem ser tocadas apenas pelo diácono, ou outra pessoa que recebeu as ordens maiores. O véu umeral não deve ser confundido com a vimpa, que é um manto muito similar, porém mais estreito. As vimpas, são por vezes usadas pelos acólitos, ou outros auxiliares quando um bispo celebra a missa, pois se ele usa mitra e báculo, os auxiliares designados para esta tarefa, devem cobrir as mãos com a vimpa para mantê-las para o bispo enquanto ele não as usa, simbolizando que os itens não pertencem a eles. A vimpa pode ser na cor do dia ou, alternativamente, de um material simples, em branco ou verde. Também pode ser usado para carregar as relíquias da Paixão de Cristo, sendo a cor vermelha a indicada no tecido. As relíquias dos santos não podem ser tomadas com humeral.

CAPA DE ASPERGES - Pluvial ou capa de asperges (latim: cappa, pluviale, casula processaria) é um paramento litúrgico que faz parte de várias tradições litúrgicas ocidentais no Cristianismo.

O traje consiste em uma capa, um pano que cobre os obros e as costas, com a parte da frente do paramento com o "alamar", que funciona como um broche que une as duas partes do manto; esse pode ser fixo ou removível.

A "capa de asperges" no rito tridentino, é usado pelo sacerdote para aspersão da água benta sobre os fiéis. Também pode ser chamado de "casula processional", já que é usado nas procissões pelos bispos.


AS CORES LITÚRGICAS

As cores litúrgicas utilizadas para a estola e outras vestes da Igreja Romana são indicados na Instrução Geral do Missal Romano, n. 308. Assim, podem ser:

Branca ou Dourada: nas festas de Nosso Senhor, no Tempo do Natal, no Tempo Pascal, nas festas de Nossa Senhora, na Dedicação de uma igreja ou de um altar e nas festas dos santos não mártires


Vermelha: no Domingo de Ramos, Sexta-feira Santa, Domingo de Pentecostes, e em festas de santos mártires e nas missas votivas do Espírito Santo. 

Verde: usado somente no Tempo Comum. 


Róseo ou Rosa: usado somente nos Domingos da Alegria, que são o Gaudete (3ºDomingo do Advento) e o Laetare (4º Domingo da Quaresma)



Roxa: usado somente nos tempos do Advento e da Quaresma, também nas missas dos fiéis defuntos. 

Azul: nas memórias de Nossa Senhora. 


Preta: nas exéquias e funerais. 


“Só no céu compreenderemos a felicidade de poder celebrar a Missa.” São João Maria Vianney

Os presbíteros, diáconos, bispos e ordenados usam as Veste Litúrgicas (também chamadas Paramentos Litúrgicos ou Vestes Sacras) como símbolos de seus papéis na liturgia e da passagem do humano para o Divino.




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